quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quanto custa uma floresta?


O questionado mecanismo REDD enfrenta críticas na Nigéria

O mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das florestas nos países em desenvolvimento (REDD) foi introduzido recentemente na Nigéria pelo governo, e visa as áreas florestais ricas em biodiversidade e recursos naturais, sem que as comunidades que dependem dessas florestas tenham a informação suficiente em nível oficial no que diz respeito a como lhes prejudica esse mecanismo.

Atraído pelo financiamento que tem este mecanismo, o governo da Nigéria está dizendo às comunidades, que têm dependido das florestas durante anos, que REDD é uma forma de desenvolvimento e que vão ser compensadas de certa forma, mas que já não podem depender das florestas. Foi o que disse em entrevista com Rádio Mundo Real Rita Osarogiagbon, integrante da Environmental Rights Action, grupo nigeriano da federação ambientalista Amigos da Terra.

A ativista falou do papel que jogam no apoio a REDD empresas de históricos problemáticos no que diz respeito ao cuidado do meio ambiente, como a gigante petroleira Shell, que tem sido muito criticada pela contaminação causada na Nigéria, particularmente no Delta do Níger.

Environmental Rights Action tem se preocupado por denunciar estes mecanismos e as práticas nocivas para o meio ambiente que acarretam tanto estas como as empresas que os promovem, num processo que tem procurado fazer com que os membros das comunidades atingidas conheçam seus direitos para poder exercê-los.
O grupo tem promovido a realização de oficinas e fóruns que permitam que as comunidades tenham as ferramentas necessárias para questionar estes projetos, o que lhes dá a possibilidade de ter a opção de rejeitar estas políticas que não os favorecem, e que prejudicam tanto as comunidades como o ambiente.

Na entrevista, a ativista destacou os problemas ambientais que tem tido a aplicação do mecanismo REDD e REDD Plus em outras partes do mundo, já que tem substituído as florestas por plantações, não por um  objetivo relacionado ao bem comum, mas à vontade do lucro privado.

"É como pôr uma etiqueta com o o preço de nossas florestas e seus recursos", disse Rita, indicando por sua vez que estavam a favor da conservação deles, mas não de sua inclusão nos mercados de carbono, já que não era uma solução real à mudança climática, mas que simplesmente gerava mais lucros para os que contaminam.

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